O Amor Venceu

Naquele tempo eu trabalhava como voluntária no Lar Meimei, na Vila Joaniza, SP, e para chegar à instituição eu utilizava ônibus lotado, dividindo espaço com alguns elementos perigosos daquela vila …

Naquela manhã, assim que entrei pela porta de trás, notei um clima de suspense, entre dois passageiros que ocupavam o último banco. Vi um rapaz de cabeça raspada, com os olhos vermelhos fazendo ameaças a um senhor que estava espremido ao lado da janela, apartados apenas por duas pessoas que estavam sentadas entre eles…

Não havia nem uma pessoa de pé, atrás, daquele coletivo… Quando eu subi e vi aquela cena, tentei descer mas a porta foi fechada e aí tive que enfrentar o meu medo de ver alguma cena de crime à minha frente. Notei que os passageiros estavam todos muito quietos, em clima de tensão e a maior parte já havia passado pela catraca e dessa maneira, só sobrou eu, de pé, atrás.

Senti no entanto, que eu poderia ser instrumento de intervenção naquela situação entre os dois passageiros que vinha desde o centro de S.Paulo.

Naquele momento lembrei-me de um caso narrado por Pietro Ubaldi, meio parecido com este, em um de seus livros. Uma voz interior me alertava que poderia ser eu quem iria resolver de vez aquela briga que incomodava todas as pessoas daquele ônibus.

Procurei dessa maneira utilizar os recursos do amor, para acalmar a briga entre os dois rapazes…

Assim decidida começei a olhar diretamente nos olhos do agressor que a todo momento dizia que iria matá-lo, ameaçando levantar-se e passando o braço na frente de uma outra pessoa entre eles.

Depois de alguns minutos notei que ele estava ficando incomodado … Foi nesse momento que aproveitei para me aproximar dele e colocando a minha mão sobre à dele, alisei-a com doçura, dizendo-lhe:

– Calma, meu irmão, calma …

A reação dele foi quase que imediata. Levantou-se e dirigiu-se à catraca do ônibus, e antes de pagar, disse, olhando para a sua vítima:

– A sua sorte é que entrou essa moça! Mas eu vou esperar você quando descer!…

Assim que passou para a frente eu recomendei ao outro:

– Desça pela porta de trás que eu pago a sua passagem…

Pedi ao cobrador para abrir a porta e ele então seguindo a minha orientação desceu rapidamente. Antes de descer ele me falou:

– Ele pensou que ia me matar mas eu já estava com o canivete pronto… Só não fiz isso antes porque tenho família me esperando…

Todos respiraram aliviados !

Sobre Helenice Rodrigues

Helenice Rodrigues, natural de Jundiaí, é publicitária , escritora, pesquisadora da ufologia e contatada. Participou de muitas antologias em Jundiaí e de âmbito nacional. É autora do livro A Varinha Mágica, conto infantojuvenil. É verbete na Enciclopédia Cultural de Paula, de Jundiaí. Participou como membro da Comissão Municipal de Literatura, durante anos. Há 44 anos pesquisa e vivencia fenômenos ufológicos; é autora do livro Estrela de Belém, com avaliação 5 estrelas, sobre Ufologia e assuntos correlatos. Escreve no www.recantodasletras.com.br e www.webartigos.com Coordena o Grupo Renascendo, de Jundiaí,Sp - Ufologia e assuntos correlatos

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